Mensagens ofensivas no Facebook revoltou moradores de Tefé-AM. O caso levantou discussão na TV

Comentários ofensivos geram polêmicas em Tefé-AM

No município de Tefé-AM, distante de Manaus 430 km, uma carioca postou em uma rede social (Facebook) diversas mensagens ofendendo os tefeenses.

Esta mensagem gerou uma revolução no município. Moradores se reuniram e queriam linchar a carioca, que também é estudante da UEA. 

Segundo informações, a carioca ficou impedida de entrar na universidade, já que os moradores fizeram plantão enfrente a UEA esperando a estudante para tomar satisfação. De acordo com alguns internautas, a carioca é casada com um Militar das forças armadas, que presta serviços em Tefé-AM.

Na cidade, eles residiam na Villa Militar, onde também havia uma aglomeração de pessoas querendo agredir a carioca pela ofensa feita ao povo do Amazonas na rede social.

Na internet, casos como este é bastante comum.  No ano passado, um caso chamou atenção da imprensa, uma jovem paulista xingou, na rede social, os nordestinos. O caso ganhou repercussão nacional. A paulista foi expulsa da faculdade onde estudava e foi demitida do trabalho.

Em Tefé, os moradores pedem que a carioca, responsável pela mensagem ofensiva ao povo do Amazonas, responda na justiça pelo ato discriminatório. Além disso, os moradores querem que a estudante se retrate em público e seja expulsa do quadro de estudantes da Universidade do Estado do Amazonas.

Sujeito a pena

Para o direito penal brasileiro, a prática da discriminação e do preconceito por raça, etnia, cor, religião ou procedência nacional consiste em um delito previsto na lei 7.716/89, alterada pela lei 9.459/97. As referidas legislações foram promulgadas em consonância com o Art. 5º, inciso XLI, que estabeleceu, em foro Constitucional, a prática do racismo como crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão.

O caso levantou discussão na TV

O caso chamou atenção da imprensa do Amazonas. O telejornal Bom Dia Amazônia, da TV Amazonas, filiada Rede Globo, convidou um especialista em linguística da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) para falar sobre o caso. Em entrevista o Professor Sérgio Freire disse que, "o ato é considerado insensível e falta de educação". 

Veja a entrevista completa.

Exército Brasileiro emitiu 'Nota à imprensa'

MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO MILITAR DA AMAZÔNIA

NOTA À IMPRENSA

16a BRIGADA DE INFANTARIA DE SELVA

“Brigada das Missões”

Nota à imprensa O Comando da 16ª Brigada de Infantaria de Selva vem a público informar o que se segue, sobre as declarações feitas nas redes sociais e que estão circulando entre os cidadãos tefeenses: O Exército Brasileiro prima pela legalidade, cumprindo rigorosamente a legislação brasileira. Além disso, o Exército não faz qualquer distinção de gênero, credo, cor ou orientação sexual, portanto as declarações feitas pela carioca de iniciais R, M. não exprimem o pensamento do Comando da 16ª Brigada de Infantaria de Selva e, tampouco, da família militar da Guarnição de Tefé-AM. Cabe ressaltar, que o fato foi um caso isolado e que as opiniões da senhora supracitada, expressadas na rede social, são de cunho pessoal e sem qualquer ligação com os militares de Tefé e de seus familiares. O Comando da Brigada aproveita a oportunidade para ressaltar que a família militar é muito grata pelo carinho e pela receptividade dos cidadãos tefeenses.